quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Show do Chico - Parte 1


Caro Jorge,

Essa semana faz seis meses que fui ao show do Chico. Como assim qual Chico? Chico só tem um. Os outros não são Chico, são “Chico não sei de que”, “Chico não sei da onde”, Chico Bento, Chico Anísio, Chico Sá, Chico de Dona Maria, Chico do bar da esquina.... Chico, assim em prenome solo, só o Buarque.

E daí, né? Daí que é um pretexto pra eu contar, em três crônicas, como foi o show. Já adianto uma coisa: Chico é lindo! Valeu a viagem, a fila e o rombo na conta bancária.

Saudações, e até a próxima.



SHOW DO CHICO - PARTE 1

Sexta-feira, 06 de abril de 2012. Hall do HSBC Hall, São Paulo. Uisquinho pra lá, canapezinho pra cá...

Chico Buarque de Hollanda em cores, tamanho real. Fila pra tirar foto com o Chico de papelão.

É lógico que eu fui!  Tirei foto com o cartaz, sabendo que não tiraria ao lado do verdadeiro. Comprei o CD novo, sabendo que não seria autografado.

(Aliás, eu tive a desfaçatez de perguntar se os CDs seriam autografados, e o vendedor teve a desfaçatez de rir na minha cara!!! Ah, meu caro, não custa sonhar, e você me vem com zombaria numa hora dessas?)

Todos a postos, devidamente acomodados em suas mesas elegantes e espaços exíguos. Eu confesso! Confesso que algumas vezes passamos os olhos pela platéia, buscando flagrar algum rosto conhecido de celebridade de televisão. Pois não há sempre nos DVDs gravados no Rio ou São Paulo aquelas carinhas conhecidas sorrindo para o seu artista preferido? Bem, tudo que conseguimos foi um sósia do Collor sentando-se à nossa mesa e ameaçando atrapalhar-me a visão. Mas calma, nem tudo está perdido. Empurra a cadeira um pouquinho pra lá, puxa a mesa um pouquinho pra cá, pronto, visão completa do palco e de Chico.

Meu Deus, é Chico mesmo, tô vendo ele todo, que fofo, tô vendo até o pezinho marcando o compasso.

Mais novo que imaginei, tímido, lindo, penteado, perfumado (tenho certeza de que senti seu cheiro! Será que eu tô sonhando?) Começo a ouvir aquela vozinha fraca e quase desafinada: não tô sonhando, é ele mesmo!

Esqueci de tudo, esqueci de quem eu sou e de quem eu não sou, não tem mais ninguém no teatro, não tem mais ninguém no mundo, tô vendo Chico Buarque ao vivo cantando pra mim.

Se eu tiver de sofrer, se eu tiver de penar, se eu tiver de morrer, se houver terremoto ou vulcão, arrastão de pivete ou avião caindo, que não seja agora, meu Deusinho querido, que seja daqui a duas horas, depois do show.

Obrigada, Deus! 

No próximo capítulo: "Eu daria pra Chico Buarque"

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